Icnofósseis

Os icnofósseis são ações e/ou atividades dos organismos que foram preservados em rochas, sedimentos ou corpos fósseis1.

Como exemplos, podemos citar:

Para classificar um icnofóssil, leva-se em conta três aspectos1:

A classificação mais comum dos icnofósseis é pela etologia, já que são fósseis gerados a partir vestígios de comportamentos de seres vivos, o que dificulta identificar o organismo exato que deixou aquele vestígio no ambiente.

O PET - Ciências Biológicas participa da curadoria de uma coleção paleontológica que, dentre os exemplares, destacam-se alguns icnofósseis, sendo a maioria pertencente a coleção didática. Para a classificação dos icnofósseis, foram utilizados os critérios taxonômicos ou etológicos (quando possível os dois), baseado na descrição da literatura.

Abaixo segue uma lista de alguns destes fósseis presentes em nossa coleção. É importante ressaltar que a página possui atualizações recorrentes, feitas quando necessárias.

Representação paleoartística do provável mamífero (ao centro) que deixou as marcas de Brasilichnium elusivum em seu ambiente. Disponível em: https://www.pinterest.de/pin/437271445068434159/. Acesso em: 22/02/2021.

Registro: UNIFESP Dd 0067- Coleção didática

Identificação: icnofóssil, pegadas ou pistas de mamífero.

Classificação etológica: Repichnia, pois são traços de  locomoção, que mostram evidências de movimentação.

Nome científico: Brasilichnium elusivum Leonardi, 1981.

Descrição: réplica pegada de mamífero da icnoespécie Brasilichnium elusivum, provavelmente marcas produzidas por patas2. Icnofóssil do período Cretáceo-Inferior (Bacia do Paraná, Formação Botucatu3, que é composta basicamente por arenito4).

Registro: UNIFESP Dd0068 – Coleção didática

Identificação: icnofóssil, impressão de quatro dígitos, provavelmente de um anfíbio.

Classificação etológica: Cubichnia, pois são vestígios deixados na superfície de um sedimento macio. Representa comportamento de repouso.

Nome científico: Notopus petri Leonardi, 1983.

Descrição: impressão da icnoespécie Notopus petri em sedimento pertencente ao Período Devoniano, da Bacia Sedimentar do Paraná com aproximadamente 380 milhões de anos3.

Representação ilustrativa das estruturas tubulares Arthrophycus4.

Registro: UNIFESP Dd 0072 – Coleção didática

Identificação: icnofóssil, estruturas em forma de tubos.

Classificação etológica: Domichnia, pois são estruturas de habitação que refletem as posições de vida dos organismos, por exemplo, tocas, perfurações ou tubos.

Nome científico: Arthrophycus Hall, 1852.

Descrição: tubos feitos provavelmente por invertebrados (icnogênero Arthrophycus Hall 1852), sendo mais comuns em ambientes marinhos. A réplica é de um fóssil proveniente de rochas do Mato Grosso do Sul, do período Siluriano, sendo composto por marcas de escavação feitas há 430 milhões de anos atrás5.

Registro: UNIFESP Dd 0139 – Coleção didática  

Identificação: icnofóssil, provavelmente um estromatólito do tipo colunar.

Classificação: grupo morfológico, que é equivalente ao gênero taxonômico, considerando a macroestrutura do estromatólito.

Nome Científico: Conophyton.

Descrição: icnofóssil pertencente ao Grupo Itaiacoca, depositado em metacalcário calcítico. Formaram-se provavelmente no Proterozóico6. Apresenta parte e contraparte (A,B).

Registro: UNIFESP Dd 0141 – Coleção didática

Identificação: icnofóssil, provavelmente um estromatólito colunar.

Classificação: Grupo morfológico.

Nome científico: Conophyton.

Descrição: icnofóssil pertencente a formação Itaiacoca, depositado em metacalcário calcítico. Formaram-se provavelmente no Proterozóico6.

Registro: UNIFESP lc 0228 – Coleção científica

Identificação: icnofóssil.

Classificação: não identificado.

Nome científico: não identificado.

Descrição: icnofóssil pertencente a Formação Ponta Grossa, Bacia do Paraná, do Período Devoniano. A formação Ponta Grossa é composta de folhelhos, arenitos e silte4.

Registro: UNIFESP lc 0229 – Coleção científica

Identificação: icnofóssil.

Classificação: não identificado.

Nome científico: não identificado.

Descrição: icnofóssil pertencente a Formação Ponta Grossa, Bacia do Paraná, do Período Devoniano. A formação Ponta Grossa é composta de folhelhos, arenitos e silte4.

Registro: UNIFESP Ic 0244 A,B – Coleção científica

Identificação: icnofóssil. 

Classificação Etológica: corresponde a estrutura de habitação (domichnia) ou alimentação (fodinichnia) de organismos semelhantes a vermes móveis, suspensívoros ou predadores, como anelídeos (Fillion, 1989)7.

Nome Científico: Palaeophycus Hall, 1847.

Descrição: icnofóssil pertencente a Formação Ponta Grossa, Bacia do Paraná, do Período Devoniano, apresentando parte e contraparte (A,B). A formação Ponta Grossa é composta de folhelhos, arenitos e silte4. São escavações intraestratais retas a levemente curvas, ligeiramente onduladas a flexuosas3.

Registro: UNIFESP Ic 0503 A, B, C, D (parte/contraparte) – Coleção científica

Identificação: icnofóssil.

Classificação: não identificado.

Nome científico: não identificado. 

Descrição: o icnofóssil pertence a Formação Botucatu, Bacia do Paraná, apresentando 4 amostras (A, B, C e D), com parte e contraparte. A formação Botucatu é constituída basicamente de arenitos4.

Registro: UNIFESP Ic 0504 - Coleção científica

Identificação: icnofóssil.

Classificação: não identificado.

Nome científico: não identificado.

Descrição: o icnofóssil pertence a Formação Adamantina, Bacia Bauru, do período Cretáceo Superior. A Formação Adamantina é constituida por arenitos avermelhados, lamíticos e conglomerados no topo, com intercalações lamíticas, contendo quartzo e hematita8.

Para saber quais são os outros fósseis presentes na coleção, por favor contatar o email do nosso PET: petbiologiaunifesp@gmail.com ou nos envie uma mensagem em nossas redes sociais. Os endereços estão na aba acima “Rede Sociais”. 

Referências Bibliográficas

1. Ismar e Carvalho (2011) Paleontologia: conceitos, métodos, vol. 1/editor, Ismar e Souza Carvalho. - 3ª ed. - Rio de Janeiro: Interciência, 2011.

2. Pegadas de Brasilichnum elusivum. Disponível em: http://oficinadereplicas.igc.usp.br/items/show/28. Acesso em: 09/12/2020.

3. SILVA, Rafael Costa da; DOMINATO, Victor Hugo; FERNANDES, Antônio Carlos Sequeira. Novos registros e aspectos paleoambientais dos icnofósseis da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba, Piauí, Brasil. Gaea - Journal Of Geoscience, [S.L.], v. 8, n. 1, p. 33-41, 30 jul. 2013. UNISINOS - Universidade do Vale do Rio Dos Sinos. http://dx.doi.org/10.4013/gaea.2012.81.05.

4. MILANI, Edison José et al. Bacia do Paraná. Boletim de Geociencias, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, maio 2007.

5. ANELLI, Luiz Eduardo. O passado em suas mãos: guia para coleção de réplicas. Instituto de Geociências, 2009.

6. SALLUN FILHO, William; FAIRCHILD, Thomas Rich. Estromatólitos do Grupo Itaiacoca ao sul de Itapeva, Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia, [S.L], v. 7, n. 3, p. 359-370, set. 2004.

7. FILLION, D. 1989. Les criteres discriminants il l'interieur du triptyque Palaeophycus-Planolites-Macaronichnus. Essai du synthese d'un usage critique. Comptes Rendus de Academie des Sciences 309, Serie Il, 169-172.

8. BATEZELLI, Alessandro. Arcabouço tectono-estratigráfico e evolução das Bacias Caiuá e Bauru no Sudeste brasileiro. Revista Brasileira de Geociências, [S.L.], v. 40, n. 2, p. 265-285, 1 jun. 2010. Sociedade Brasileira de Geologia. http://dx.doi.org/10.25249/0375-7536.2010402265285.