Confrei
Família: Boraginaceae.
Origem: Nativa do Oriente Médio e Ásia mas cultivada em várias partes do mundo.
Partes usadas: Folhas e raízes.
Contraindicações em relação a quantidade de uso: Estão relacionados aos alcalóides pirrolizidínicos, os quais podem ocasionar a longo prazo, enfermidade veno-oclusiva hepática e induzir a degeneração do hepatócito, cirrose e câncer. A presença de alcalóides pirrolizidínicos contra indica o uso interno do confrei. Não se deve aplicar externamente sobre feridas abertas devido a absorção percutânea dos alcalóides.
Usos científicos: O confrei apresenta em sua composição diversos compostos químicos e substâncias com grande importância farmacológica. Dentre esses componentes, a alantoína é particularmente destacada, sendo amplamente estudada. A porção uréia é responsável pelo efeito queratolítico e suavizante da pele, enquanto que a parte hidantoína confere efeitos anestésicos e anti-irritantes. Seu papel nos processos de cicatrização inclui estimular o crescimento de tecido saudável e auxiliar na remoção de restos de tecido necrosado. Além disso, a alantoína e seus derivados são empregados na indústria de cosméticos, proporcionando efeitos suavizantes quando aplicados sobre a pele. Essa substância estabelece uma ligação com a camada córnea da pele, aumentando a capacidade de ligação da queratina com a água, facilitando, assim, o amaciamento e hidratação da pele. Consequentemente, a alantoína é utilizada no tratamento de diversas afecções da pele, como psoríase, dermatites, seborréia, acne, hemorróidas e problemas de hiperqueratinização. Estudos conduzidos por Sheker et al. (1972) demonstraram a eficácia da alantoína em combinação com sais de alumínio no tratamento de queimaduras.
Conhecimentos tradicionais/benefícios: É indicado para diversas afecções, como anti-inflamatório e cicatrizante de feridas, úlceras varicosas, furúnculos e irritações da pele. É usado cataplasma das raízes para o tratamento caseiro de fraturas dos ossos, queimaduras e picadas de insetos. Suas ações farmacológicas demonstraram atividades anti-inflamatórias, cicatrizantes e na consolidação de fraturas ósseas. Existe um consenso sobre o emprego unicamente externo do confrei, devido à presença de alcalóides pirrolizidínicos. Somente uso externo, sob a forma de cataplasma, pomada, compressa.
*OBS: A ingestão da planta deve ser evitada. USO TÓPICO.
Manejo: É uma planta de clima temperado e frio que tolera também climas quentes e resiste a secos e tranquilos. Gosta de umidade sem encantamento ou que provoque o apodrecimento de suas raízes. Prefira os solos areno argilosos com baixa acidez, drenados, profundos e ricos em matéria orgânica. A primeira colheita das folhas pode ser feita a partir do quarto mês de plantio e deve ser obedecido um intervalo de dois ou três meses entre cada colheita.
Referências:
FERRARI et al. Confrei (Symphytum officinale). Aspectos botânicos, fitoquímicos e terapêuticos. Ensaios e Ciências: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde 2012, 16(6).
Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/CCS. Confrei. Disponível em: <https://hortodidatico.ufsc.br/confrei/>. Acesso em: out 2023.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.